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Notícias do LV congresso
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Controvérsias em diabetes e hipertensão
Os benefícios do tratamento antihipertensivo, observados em
pacientes não diabéticos em termos de prevenção de desfecho mórbidos e
fatais, têm maior magnitude em pacientes com diabetes melito.
A presença da hipertensão arterial e diabetes melito
associados, potencializam os riscos para incidência de doença cardiovascular
aterosclerótica. Inúmeros estudos demonstraram associação direta entre a
pressão arterial e o risco de acidente vascular encefálico, doença arterial
coronariana e morte prematura.
A diminuição da pressão arterial com fármacos diminui a
morbidade e mortalidade cardiovascular, mas ainda persiste o risco de
complicações cardiovasculares comparada à população normal.
Os estudos em pacientes hipertensos e hipertensos diabéticos
tentam nos responder algumas dúvidas em relação ao níveis tencionais
desejáveis. O estudo MDRD (modification of Diet in Renal Disease) sugere que a
pressão arterial deva ser reduzida a menos de 130/80mmHg em pacientes com
proteinúria de 0,25 a 1,0g/dia e a menos de 125/75mmhg naqueles com
proteinúria superior a 1,0g/dia. No ensaio HOT (Hypertension Optimal Treatment),
quando analisamos pacientes com diabete melito nos quais a pressão arterial
objetivada foi de < 90mmHg comparado com pressão arterial <
80mmHg, houve redução absoluta de eventos cardiovasculares maiores incluindo
infarto do miocárdio silencioso sendo estatisticamente significativo, bem como
mortalidade cardiovascular, Houve tendências não significativas de redução
de mortalidade total O UKPDS-38 (United Wingdom Prospective Diabtes Study) com
seguimento de 8,4 anos comparou tratamento objetivando níveis tencionais
(<150/85mmHg) x menos estrito (<180/105mmHg) demonstrou redução no
primeiro grupo de 24% para qualquer evento relacionado ao diabetes, 32% de
mortes relacionados ao diabetes, diminuição de 44% em acidentes vasculares
ancefálicos e 37% na incidência de doença microvascular, representado
redução absoluta de risco de 16,7, 5 e 7 eventos por 1000 pacientes tratados
como, respectivamente. Alguns outros trabalhos estão em andamento.
Com estes dados até o momento apresentados, tanto a
organização mundial de saúde e Sociedade Internacional de Hipertensão e o VI
JIOINT recomendam reduzir a pressão arterial em pacientes diabéticos com
níveis superiores 130/85mmHg. Durante a conferência na sala 14, o Dr. Michael
Prinsant ( EUA ) enfocou a importância de obtermos níveis de pressão baixos,
e com drogas conforme demonstradas nos trabalhos até o momento publicados e
analisados, que inclui I-ECA, betabloqueadores, bloquedores dos canais de
cálcio e diuréticos em pequenas doses.
Bibliografia:
- Hypentension in diabetes study group, HDS 1. Prevalence of hypertension in
newly presenting type 2 diabetic patients and the association with risk
factores for cardiovascular and diabetic complications. T Hypertens
1993;11:309-17.
- Hebert LA, Kuseh JW, Greene T, Agodoa LY, Jones CA, Levey AS, et. al.
Effects of blood pressure control on progressive renal disease blacks and
whites. Modificationa of Diet in Renal Disease. MDRD.. Hypertension
1997:30:428-35.
- Hansson L., Zanchetti A, Carruther SG, Dahlöf B, Elmfeldt D, Julins S., et.
al. Effects of intensive blood-pressure lowering and low-dose aspirin in
patients with Hypertension: principal results of the Hypertension Optinal
Treatment (HOTt) randomised trial. Lancet 1998;351:1755-62.
- UK Prospective Diabetes Study Group. Tight blood pressusre control and risk
of macrovascular and microvascular complications in type 2 diabetes – UNPDS
38. Br Med J 1998;317:703-13.
- Moreira WD, Reinehr RL, Fuchs FD. Intensidade do tratamento
anti-hipertensivo em pacientes diabéticos. Rev. Bras. Hipertensão, vol. 6,
nº3, julho/setembro de 1999, 308-12
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