Fibrilação Atrial (FA), novos conceitos e avanços no seu
tratamento.
FA é a mais comum arritmia sustentada encontrada na prática
clínica. Ela está associada com significativa morbidade, incluindo um aumento
da suscetibilidade ao acidente vascular cerebral isquêmico (AVC i.). Está
estimado em aproximadamente 4,5% o risco anual de AVC i. em pacientes com FA.
FA pode ser dividida em formas agudas ou crônicas:
paroxística, persistente e permanente.
Paroxística é quando ocorrem episódios recorrentes de FA
com término expontâneo da arritmia.
Persistente é quando a arritmia persiste pôr mais de 48h ou
até a realização da cardioversão.
Permanente quando a arritmia é refratária a tentativa de
cardioversão.
FA persistente tem uma prevalência de menos de 1%em
pacientes abaixo de 60 anos e aproximadamente 10% após 80 anos.
Embora alguns pacientes com FA possam ser sintomáticos ,
outros permanecem assintomáticos. Como resultado, e´ freqüentemente difícil
estimar o começo, duração e a severidade da FA somente pela anamnese.
O objetivo do tratamento deve ser a finalização rápida da
arritmia e a redução da freqüência da recorrência sintomática,
recorrência assintomática, do risco de AVC i. e o risco de morte pôr
insuficiência cardíaca e morte súbita cardíaca.
A terapia da FA tem dois objetivos, a recuperação do ritmo
sinusal e/ou o controle da freqüência cardíaca. Embora não existam dados
prospectivos que confirmem o benefício da restauração do ritmo sinusal sobre
o simples controle da freqüência cardíaca, buscamos sempre possibilitar a
manutenção do ritmo sinusal. Alguns estudos estão tentando definir a melhor
estratégia em pacientes com FA persistente. Estes trials incluem o AFFIRM (Atrial
Fibrillation Follow up Investigation of Rhythm Management), o PIAF (Pharmacological
Intervention In Atrial Fibrillation studies) e o RACE (Rate and Eletrical
Cardioversion studies). Mas a grande questão continua sendo como restaurar e
ritmo sinusal e mantê-lo em pacientes com FA persistente.
Novos horizontes têm ampliado nossa disponibilidade
terapêutica, devendo o cardiologista estar informado sobre estas alternativas,
como a ablação do nó AV e implante de Marca Passo, as técnicas ainda em
desenvolvimento usando marcapassos com overdrive de freqüência , o implante de
desfibriladores atriais, e fármacos como o Sotalol, a Amiodarona, o Ibutilide ,
o Dofetilide e o Azamilide, bem como em que cenário clínico cada uma das
terapêuticas tem seu uso recomendado.