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Obesidade e doença cardiovascular: epidemia global

 

Obesidade tem se tornado um grande problema de saúde pública nos Estados Unidos e inclusive no Brasil . veja quadro abaixo de um dos trabalhos apresentados neste congresso.

 

PARÂMETRO

IDOSAS

UNIVERS.

MÉDICA

FAXINEIRA

Tabagismo

10 %

25 %

8 %

28 %

HAS

39 %

1 %

6 %

20 %

Obesidade

43 %

13 %

17 %

54 %

 

 

No NHANES III de 1988 à 1991, 36% da população era identificada como obesa, comparado com 25% no NHANES II de 1976 à 1980. A prevalência de obesidade tem continuado a aumentar desde 1991. Resultados semelhantes tem sido notado no Reino Unido. A percentagem da população com Índice de Massa Corporal acima de 30Kg/m aumentou entre 1986 e 1993 de 6% para 13% em homens e de 8% para 16% em mulheres. Estes dados, e de outros países, são indicativos de uma epidemia internacional.

Há uma relação entre obesidade e idade, aproximadamente 20% de americanos entre as idades de 25 e 34 anos são obesos, outros 10% da população tornam-se obesas com cada década alcançada depois dos 55 anos de idade.

Obesidade tem sido associada com um aumento no risco de doença arterial coronariana . Entretanto, o risco é composto pela existência de outros fatores de risco comuns a obesidade, com HAS, dislipidemia e metabolismo de glicose anormal. É incerto que a obesidade sozinha possa ser um fator de risco independente. Os mecanismos pelo qual obesidade, particularmente obesidade abdominal, causa ou acelera aterogênese coronariana, também são incertos.

A despeito das incertezas sobre a relação entre obesidade e doença arterial coronariana, o comitê de Nutrição da Associação Americana de Cardiologia tem identificado obesidade como um fator de risco independente. Esta identificação deveria levar à uma maior reflexão de todos médicos e estimular uma tomada de ações mais vigorosa para prevenção e tratamento da obesidade.

Muitos estudos não têm demonstrado uma relação direta entre obesidade apenas e doença arterial coronariana, como exemplo pode-se citar o estudo PROCAM. Outros estudos, em contraste, têm demonstrado que obesidade é um fator de risco independente para doença arterial coronariana (DAC) e para todas causas de mortalidade. No estudo Framingham que analisou dados de 30 anos de seguimento nos participantes masculinos, a mortalidade mínima era visto no grupo de homens com peso normal; análises multivariadas mostraram uma relação fortemente positiva entre o peso de base e a ocorrência de morte para qualquer intervalo analisado. A freqüência de mortalidade em 30 anos de homens não fumantes que tinham sobrepeso era 3,9 vezes mais alto do que homens com peso normal.

Resistência a insulina e hiperinsulinemia, Diabete Melitos tipo 2, anormalidade nos lípidios (HDL plasmático baixo, hipertrigliceridemia, aumento da Apo B), hipertensão sistólica e diastólica, hipertrofia ventricular esquerda, disfunção do sistema nervoso simpático, e apnéia do sono obstrutiva são mudanças fisiológicas e metabólicas associadas à obesidade que podem contribuir para o aumento no risco de doença cardiovascular.

Enfim, reflexo da sociedade moderna que acostumou-se ao conforto do elevador, automóvel, controle remoto e à praticidade dos restaurantes fast food tornaram a obesidade um sério problema de saúde pública. Terça-feira, pela manhã, na sala 16, teremos a oportunidade de analisarmos melhor este fator de risco.

BIBLIOGRAFIA:

  1. Kuczmarski, RJ, Flegal, KM, Campbell, SM, Johnson, CL. Increasing prevalence of overweight among US adults. The National Health and Nutrition Examination Surveys, 1960 to 1991. JAMA 1994; 272:205.
  2. Mokdad, AH, Serdula, MK, Dietz, WH, et al. The spread of the obesity epidemic in the United States, 1991-1998. JAMA 1999; 282:1519.
  3. Prentice, AM, Jebb, AS. Obesity in Britain: Gluttony or sloth? BMJ 1995; 311:437.
  4. Eckel, RH. Obesity and heart disease: a statement for healthcare professionals from the Nutrition Committee, American Heart Association, Circulation 1997; 96:3248.
  5. Williamson, DF, Kahn, HS, Remington, PL, Anda, RF. The 10-year incidence of overweight and major weight gain in US adults. Arch Intern Med 1990; 150:665.
  6. Krause, RM, Winston, M. AHA Conference Proceedings: Obesity, Impact in cardiovascular disease. Circulation 1998; 98:1472.
  7. Schulte, H, Cullen, P, Assmann, G. Obesity, mortality and cardiovascular disease in the Munster Heart Study (PROCAM). Atherosclerosis 1999; 144:199.
  8. Garrison, RJ, Castelli, WP. Weight and thirty-year mortality of men in the Framingham Study. Ann Intern Med 1985; 103:1006.

 

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