Heparinas de baixo peso molecular
Heparinas de baixo peso molecular (HBPM), representam o padrão ouro
para profilaxia de tromboembolismo pós cirúrgico. A eficácia no manejo de Síndromes
Isquêmcias Agudas, particularmente angina instável e IAM não Q, combinado com a
possibilidade de uso em pacientes fora do hospital e a segurança da droga, tem
evidenciado uma nova estratégia de tratamento em pacientes que eram tratados
preferencialmente com heparina anteriormente.
Estudos de eficácia e segurança da HBPM iniciaram à sete anos
atrás. Os primeiros estudos com nadroparina e dalteparina mostraram evidências que HBPM
de fato produziam efeitos benéficos comparado com placebo e heparina não fracionada, em
Síndromes Isquêmicas Agudas. Benefícios terapéuticos semelhantes ou melhores têm sido
obtidos com pacientes fora do hospital com o uso destas duas HBPM do que com heparina não
fracionada, e isto foi conseguido sem qualquer monitorização ou hospitalização.
Eficácia e segurança de diferentes HBPM vêm aparecendo com os
diferentes estudos clínicos. A Fraxiparina em síndromes isquêmicas (estudo FRAXIS),
Fragmim em doença arterial coronariana instável (estudo FRIC), e Fragmim durante
instabilidade da doença arterial coronariana (estudo FRISC) não mostraram superioridade
sobre a heparina no manejo da síndrome isquêmica aguda, mas mostraram claramente
benefício sobre placebo. Por outro lado, o estudo ESSENCE e o TIMI 11A e 11B tiveram
consistente, porém marginal superioridade sobre a heparina, estes estudos foram feitos
com Enoxaparina em IAM não Q, isto valida a observação farmacológica inicial que cada
HBPM tem a sua própria eficácia e segurança.
Estes resultados têm levado a uma tendência em substituir a heparina
pelas HBPM em muitas situações clínicas. O sucesso do uso de HBPM em cardiologia
intervencionista tem sido descrita . Com o uso cada vez mais freqüente de novos agentes
antiplaquetários, principalmente os inibidores da glicoproteína IIbIIIa, a dose de
heparina tem sido diminuída, com o intuito de evitar complicações hemorrágicas; o
mesmo tem sido feito com as HBPM, também com bons resultados. No estudo HART II, HBPM foi
usada com segurança como terapia adjunta durante trombólise. O uso de HBPM em
fibrilação atrial está sendo avaliado por vários estudos, que no momento estão na
arena. Além disso, o seu uso foi vislumbrado em intervenções cardiológicas
cirúrgicas.
Heparina de Baixo Peso Molecular tem grande segurança, e são
associadas com uma baixa incidência de eventos hemorrágicos quando comparadas com
heparina não fracionada. Enfim, parece claro que HBPM pode competir com a heparina em
todas indicações terapéuticas e cirúrgicas que requerem anticoagulação.
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